TRECHO DA OBRA PRIMA "OS TRABALHADORES DO MAR, DE VICTOR HUGO".
"Em todas as cidades, e especialmente nos portos de mar, há, abaixo da população, um resíduo. Vagabundos, aventureiros, vivendo de expedientes, químicos de espécie larápio, pondo sempre a vida no alambique, todas as formas do andrajo e todas as maneiras de vesti-lo, os jubilados da improbidade, as existências em bancarrota, as consciências que já fizeram balanço, os que abortaram no assalto e no arrombamento de portas (porque os ladrões trabalham por baixo e por cima), os operários e as operárias do mal, os velhaquetes e as velhaquinhas, os escrúpulos rasgados e os cotovelos rotos, os tratantes chegados à indigência, os malévolos mal recompensados, os vencidos do duelo social, os famintos que foram devorados, os ganha-pouco do crime, os miseráveis, na dupla e lamentável acepção da palavra, tal é o pessoal. Ali é bestial a inteligência humana. E o montão de imundícies das almas. Ajunta-se tudo aquilo a um canto, onde passa de quando em quando a vassoura policial".
HUGO.Victor. Os trabalhadores do mar. Tradução de Machado de Assis. Cap. VI. A Jacressarde, p 119. Editora Nova Cultural., 2002.
Cortês - Pernambuco, sexta-feira, 15 de junho de 2012.
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